sexta-feira, 27 de julho de 2007

Ama-me por amor do Amor...

SONNET XIV

If thou must love me, let it be for nought
Except for love's sake only. Do not say
«I love her for her smile... her look... her way
Of speaking gently,... for a trick of thought

That falls in well with mine, and certes brought
A sense of pleasant ease on such a day» —
For these things in themselves, Belovèd, may
Be changed, or change for thee, — and love, so
[wrought,

May be unwrought so. Neither love me for
Thine own dear pity's wiping my cheeks dry, —
A creature might forget to weep, who bore

Thy comfort long, and lose thy love thereby!
But love me for love's sake, that evermore
Thou may'st love on, through love's eternity.

by Elizabeth Barrett Browning
http://www.readbookonline.net/readOnLine/2492/

É simples.

Apeteceu partilhar.

E, já agora, facilito a vida aos mais cansados...


SONETO XIV
Trad:. Manuel Bandeira

Ama-me por amor do amor somente
Não digas: «Amo-a pelo seu olhar,
O seu sorriso, o modo de falar
Honesto e brando. Amo-a porque se sente

Minh'alma em comunhão constantemente
Com a sua.» Porque pode mudar
Isso tudo, em si mesmo, ao perpassar
Do tempo, ou para ti unicamente.

Nem me ames pelo pranto que a bondade
De tuas mãos enxuga, pois se em mim
Secar, por teu conforto, esta vontade

De chorar, teu amor pode ter fim!
Ama-me por amor do amor, e assim
Me hás de querer por toda a eternidade.

Excelente fim de semana!

7 comentários:

Fallen Angel disse...

Sonnet XLIII

HOW do I love thee? Let me count the ways.
I love thee to the depth and breadth and height
My soul can reach, when feeling out of sight
For the ends of Being and ideal Grace.
I love thee to the level of everyday's
Most quiet need, by sun and candle-light.
I love thee freely, as men strive for Right;
I love thee purely, as they turn from Praise.
I love thee with the passion put to use
In my old griefs, and with my childhood's faith.
I love thee with a love I seemed to lose
With my lost saints, -I love thee with the breath,
Smiles, tears, of all my life! - and, if God choose,
I shall but love thee better after death.

Elizabeth Barrett Browning

Confrade, para os mais cansados, o mesmo Manuel Bandeira verborreou algo como:

Amo-te quanto em largo, em alto e profundo
Minha alma alcança quando, transportada,
Sente, alongando os olhos deste mundo,
Os fins do Ser, a Graça entressonhada.
Amo-te em cada dia, hora e segundo
À luz do sol, na noite sossegada,
E é tão pura a paixão de que me inundo
Quanto o pudor dos que não pedem nada.
Amo-te com o doer das velhas penas;
Com sorrisos, com lágrimas de prece,
E a fé da minha infância, ingênua e forte.
Amo-te até nas coisas mais pequenas.
Por toda a vida. E, assim Deus o quiser,
Ainda mais te amarei depois da morte.

tradução: Manuel Bandeira

E aquele abraço de sempre com um acrescento de bom fim de semana. ;-)

Andrea disse...

Já que se fala de amor.. e sem destinatario.. apetece-me..

Ama-me por aquilo que sou... conhece-me.. olha-me .. ama tudo em mim... Eu já te amava.. apenas não sabia onde estavas.. Pensava que eras apenas um sonho.. mas ao ter-te aqui tão perto de mim vi que apenas eras alguém que estava perdido no mundo em minha busca..

Aiii que profundidade..

Excelente FDS compadre *

Ariane disse...

Só para deixar um beijo flamejante em tão garboso personagem.. bom fim de semana, senhor Alphynet. Que a poesia esteja sempre presente em tão digna alma de Magriço heróico. *

Aeynisia disse...

http://www.youtube.com/watch?v=hII6dxyEuSw

Always.. *

Anónimo disse...

Bom dia.. : ) e boa semana

Faz pois como eu faço e olha, alegre e sensato,
O momento de frente! Sem qualquer demora!
Acolhe-o depressa, benévolo e vivaz,
Quer para a alegria na acção, quer para o amor;
Onde tu estejas, sê tudo, infantil sempre,
E assim serás tudo, e serás invencível.”

..apeteceu-me
beijo

Anónimo disse...

Bom dia...

Não tive tempo para vir aqui no fim de semana... mas encaro-o como uma excelente semana :-)

Um beijinho p si... da "climax" rs

:-)

Helena disse...

Sou sobrinha-neta de Bandeira. Procurando o original da Barrett Browning, achei a tradução do tio Manuel aqui. Creio que estava no antigo Poemas Traduzidos, lembro dela. Anda correndo a Net como sendo de Madre Teresa de Calcuté, ó céus!

bacaninha seu blog,

Helena

(Maria Helena Bandeira)